Dez Questões Acerca do Hinduísmo

imageOs Deuses do Hinduísmo são realmente casados?

É verdade que Deus é geralmente descrito como casado nas nossas histórias tradicionais. No entanto, num nível filosófico mais profundo, o Ser Supremo e os Deuses não são nem masculinos nem femininos e então não são casados.§

NO HINDUÍSMO POPULAR DE ALDEIA, DEUS É REPRESENTADO como sendo masculino, e a energia de Deus, ou Shakti, é personificada como Sua esposa – por exemplo, Vishnu e Lakshmi. Nos templos Hindus, arte e mitologia, Deus é visto em todo o lado como o querido casal divino. Filosoficamente, no entanto, o aviso é sempre feito no sentido que Deus e a energia de Deus são Um, e a metáfora do inseparável casal divino serve apenas para ilustrar esta Unidade.§

O Hinduísmo é ensinado em muitos níveis a muitas pessoas diferentes, e a pessoas sem instrução que não são capazes de entender filosofia elevada, o Hinduísmo é ensinado sob a forma de histórias. Porque o templo é o centro de toda a comunidade Hindu, e toda a gente está focada no templo e nos Deuses do seu interior, os Deuses são os protagonistas principais nestas histórias. Hindus que entendem a filosofia elevada buscam Deus no interior enquanto também veneram Deus nos templos. Pessoas simples procuram ser como um Deus, ou como uma Deusa. Estas narrativas, chamadas Puranas, há muito que são a base da dança, teatro e contos à volta do fogo em casa das crianças à medida que crescem. As histórias ilustram como uma família deve viver, como devem criar os seus filhos, e muito mais. Antes da imprensa escrita, haviam poucos livros, e o Hinduísmo era passado oralmente através das histórias e parábolas. Embora estas histórias de criança frequentemente violentas não devam ser perpetuadas, nelas se encontra muito do valor dos extensos escritos dos Puranas.§

Saiba mais: Aqueles que aprendem as mais elevadas filosofias Hindus sabem que os Deuses não são masculinos nem femininos. Aliás, atingir esse nível Divinizado de ser é uma das metas místicas do yoga. Isto é conseguido combinando as correntes femininas e masculinas, ida e pingala, na corrente espiritual, sushumna, no centro da coluna vertebral dentro de cada indivíduo§

image

Há milênios que Hindus vêem Deus como Ardhanarishwara—Siva como masculino no lado direito e feminino no esquerdo. Este modo de ver a Divindade como deus Pai-Mãe é mais elevada e correta que a crença popular em esposos do Deus Supremo e dos outros Deuses. Esta imagem diz claramente: Deus e sua energia manifesta são um. §

image§

Os Hindus sabem que os Deuses não casam, que são completos em si mesmos. Esta unidade é demonstrada no ícone tradicional de Ardhanarishvara, Siva como metade homem e metade mulher, e no ensinamento que Siva e Shakti são um, que Shakti é a energia de Siva. Siva é profundamente amado como o nosso Pai-Mãe Deus. Todavia, gênero sexual e relações matrimoniais são do plano físico e emocional, ao passo que os Deuses existem num estrato que de longe ultrapassa estes níveis de vida. De fato também, a alma não é masculina nem feminina.§

Alguns swamis modernos encorajam agora os devotos a não prestarem atenção a histórias Puránicas acerca dos Deuses, dizendo que estas não têm nenhuma relação com o mundo de hoje - que elas são capciosas e confusas e não deveriam ser mais ensinadas às crianças. Em vez disso, eles encorajam os seguidores a aprofundarem-se nas elevadas filosofias das Upanishads Védicas e nas realizações dos sábios Hindus.§

Outras fés, por vezes, criticam a religião Hindu como sendo uma religião tipo bandadesenhada, e nós não deveremos contribuir na perpetuação dessa imagem passando adiante tais concepções erradas como o casamento dos Deuses. Outras religiões movem-se e ajustam-se com o tempo. O Hinduísmo tem que fazer o mesmo. Tem de oferecer respostas às questões sobre Deus, alma e mundo – respostas razoáveis, que possam ser compreendidas e aceites mesmo por uma criança, coerentes, sensíveis e estritamente de acordo com a escritura e tradição. Isto é necessário na era tecnológica, necessário para que o Hinduísmo seja uma religião do futuro, não do passado.§